21.12.07


CICLO 2

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.....................Paulo Roberto Novaes
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A minha poesia não saiu de mim:
veio dos teus olhos!
Existem palavras que,
ditas em um dado momento,
encheriam toda uma vida de esperança
e razão de ser.
Por isto eu te escrevo –
porque posso ouvir o canto da sereia!
Que o maravilhoso é o que teus olhos
não querem ver
e teus sentidos captar.
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A vida é uma ilha com um oceano infinito
em torno,
e a única saída é para o alto,
em direção ao sol.
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Meu coração quer encher-se da
Sua benevolência,
seguir-Lhe os passos firmes.
Mas meu coração é construção de palha
que o lobo vem e assopra...
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A tempestade desabou aguaceiro
e rio de imperfeições
correu-me próximo à Alma...
E que Terra haverei de reencontrar?
pois que muitos se vão para quase
nunca mais, talvez –
e há mais fome de ir do que sede de
ficar.
(Vozerio que clama no fogo que se ateou a si).
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E eis que finalmente
o trovão cessou o seu brado, e a hora
é de lá pelas tantas,
e que são tantas as vozes que pedem e
as que pedem compadecidas pelas
vozes que pediram primeiro,
que o fim será um novo começo,
e o cálice sorvido novamente até o
fundo.
Ao ponto em que se enxergue claridade
no vazio do copo,
e não sangue em lugar de vinho.

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