20.4.07







Queria
inserir minhas fotos em teus poemas,
minha dor em tuas penas,
e as pernas entrelaça-las todas
para lhe lembrar
de mim em tua cama
apenas

reflexo


19.4.07


13.4.07


MEU SILÊNCIO
(PATRÍCIA EVANS)
.


O frio de cio que no fim se acabara,
me silencia
e, quando silencio
é frio de fria invernada,
gélido frio, que vem com geada.

Meu silêncio, vigia!
ou hipotermia.
.
.

QUANDO?

(Denise Sollami)
.
na praça em que há um chafariz incrível
na esquina em que se ergue uma palmeira inóspita
ao lado do Edifício Argentina
perto daquela igreja gótica
em frente ao sinal onde a louca esbraveja intrépida
ali, no lugar em que eu estacionava o carro
tudo isso só pra te perguntar
(se é que ainda não deu pra perceber):
quando é que a gente se vê?
.
.

1.4.07

OUTRA


OUTRA
(Patrícia Evans)
.
Eu não sou esta que cai.
Eu sou a que está de pé e me vê caída.
Não sou esta que chora,
mas a que não entende por que eu choro.
A que, enlouquecidamente ama não sou eu,
sou a que tem pena, porque enlouquecidamente amo.
A que de fato sou, não é esta que tem pai e mãe,
estes meus pais não são meus.
Esta que escreve não sou eu,
sou a que não compreende a serventia que eu dou as palavras,
que eu não uso palavras, eu, ao contrário de mim,
não quero ser entendida,
não quero ouvir alguém,
tenho nada a dizer
e amo mesmo a mim mesma.

Eu sou a que fica em pé enquanto eu caio.
.
.