9.6.11

"LAGARTAS-DE-VIDRO"


"Orelha" (Trecho)

"Aqui o escritor não esconde o médico, não porque nos conte “causos” de consultório, muito pelo contrário: revela-nos o médico como paciente e compadecido,mas transita por várias sendas da experiência e da linguagem humanas, atravessa num átimo a fronteira entre o mais cru realismo e o fantástico, engana o leitor fazendo-o crer que lê uma simples crônica antes que irrompa sua pura invencionice, passa dos monólogos de vozes alheias para o relato clinicamente preciso, do fluxo de consciência à metaliteratura, à reflexão na e sobre a vida, à ironia e ao humor, com uma invejável habilidade no manejo da nossa bela e maltratada língua, explorando com maestria suas inúmeras possibilidades sintáticas e seu luxuoso voc abulário".

[Maria Valéria Rezende]