10.12.06

FÉRIAS

FÉRIAS
Patrícia Evans
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Alguém viu você
quando dobrou a esquina
e sem saber pra onde ia
entrou no carro e seguiu?
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Alguém viu?
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Alguém viu você esperando
colocarem gasolina no tanque,
estancar com pano sujo o sangue,
que saía do porta malas?
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Sangue de grife, de marca?
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Alguém viu no reflexo torto
do espelho, o seu rosto
pálido _ enquanto os pneus ralos
esmagavam os pardais?
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Quem mais?
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Você guiando em última marcha,
sequer apreciando as paragens
e eu voluntariamente amassada
junto à baderna de suas bagagens.
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Era sangue de grife,
era sangue de marca!
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2 comentários:

Anônimo disse...

Putz!!! Vc é f. mesmo!!! Queria escrever assim!!! Huauhuauhuauhuau
Amei o poema, Pat!!!
Show de bola!!!
Mil bjus!!!
Seu admirador e grande fã
Paulo Novaes.

Anônimo disse...

A vida só ensina a desquerer. Que não se faça confusão de quereres com desejos, é mais, é além, é profundo. Não é a fome, é o oco do estomago, lombriga comendo lombriga. Ninguém escapa, confunde, mas sucumbe. Quem ousa adivinhar por debaixo da batina e do hábito?

Linda a sua poética.