8.12.07

Poema Escorregadio


(Franklin Cirino)



Não havia caneta e nem papel.
Eu segurei o poema até quando pude.
Só que o poema tem mania de liberdade,
asas marotas,
não se apega a ninguém.
Apenas se apaixona instataneamente e
instantaneamente se vai.

E assim ele se foi de mim.

Agora fico aqui,
como um corno arrependido,
sentindo d'antemão a dor que terei
quando eu lê-lo nu
sobre o leito de outro poeta.

2 comentários:

Bichinho disse...

Sentido !
Beijo fantasma.

Franklin Cirino disse...

Instatânea e deliciosa como orgasmo.