Em algum lugar ele tem a minha chave…
Aquela que abre cada caixinha, cada segredo
Que sabe cada espaço, cada botaõzinho, onde cada coisa encaixa
A chave ficou com ele...
Ele não usa, está esquecida em algum canto, algum bolso
Às vezes ele deve encostar, distraído, as pontas daqueles dedos macios nela
Aqueles que sabem abrir meus caminhos
Pra logo em seguida esquecê-la, ocupado e responsável
Correndo para o próximo compromisso
Enquanto isso, me falta a mão, que chega mansa, dançando
Falta o olhar que é dele e meu ao mesmo tempo
E me olha, com a sabida intenção de que eu não me esqueça
De que quando eu lembrar, lembre daquele momento
Ele tem a chave...
Devolveu livros, músicas, mas não a chave
E me pergunto se um dia vou achá-la enquanto remexo coisas e sorrir
Ou se o pobre destino das chaves esquecidas
É só mesmo ganhar carinho de dedos distraídos
E ter uma esperança besta
De que um dia poderão abrir caixinhas uma outra vez.
Um comentário:
Patricia.
Foi com imensa alegria que tive a sorte de encontrar seu blog.
Espero que esteja tudo bem consigo.
Um beijo do tamanho do mundo.do Jose braga ex:residente da garganta da serpente.
Jose
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